Coluna Política e opinião por: Ezio Kenedy
A ética política é um campo vasto e essencial para a manutenção de uma sociedade democrática e justa. Um dos aspectos mais preocupantes dentro deste âmbito é a tendência de alguns candidatos a exibirem suas adesões políticas como troféus, perpetuando um modelo de política de cabresto, que, longe de promover a igualdade e o progresso, reforça práticas arcaicas e desiguais.
A exibição de adesões políticas como troféu
A prática de exibir adesões políticas como se fossem troféus envolve candidatos que alardeiam o apoio de figuras influentes ou de segmentos específicos da sociedade como um símbolo de sua suposta superioridade ou inevitabilidade política. Esse comportamento tem diversas implicações éticas negativas, e posso aqui citar três exemplos:
Despersonalização do Eleitor: Ao focar na exibição de apoios em vez de discutir políticas e propostas concretas, os candidatos tratam os eleitores como meros espectadores de um espetáculo de poder, desconsiderando suas reais necessidades e preocupações.
Culto à Personalidade: Este tipo de prática fomenta o culto à personalidade, onde a figura do político apoiador se torna mais importante do que as ideias e os projetos apresentados. Isso pode desviar a atenção dos eleitores das questões que realmente importam, como saúde, educação, infraestrutura e segurança.
Desigualdade de Oportunidades: Candidatos sem o apoio de figuras influentes ou de grandes partidos são frequentemente marginalizados, independentemente de suas competências ou propostas. Isso cria um ambiente político onde a igualdade de oportunidades é severamente comprometida.
A exibição de adesões políticas como troféus e o modelo de política de cabresto são práticas eticamente questionáveis que comprometem a igualdade e o progresso político. Para avançar em direção a uma sociedade mais justa e democrática, é essencial que os eleitores e candidatos se comprometam com uma ética política que valorize a transparência, a igualdade de oportunidades e a promoção de políticas que atendam às reais necessidades da população.
A verdadeira mudança política exige não apenas a rejeição dessas práticas antiquadas, mas também o engajamento ativo de todos os cidadãos na construção de um sistema político mais ético e equitativo. Somente assim poderemos assegurar que a política sirva ao bem comum e promova o progresso social de forma sustentável e inclusiva.
Por: Ezio Kenedy
Designer Gráfico e Pós-graduando em Comunicação Política
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