Não há sala escura' no TSE e, sim, duas salas-cofre que protegem o data center. Sala-cofre é diferente do espaço da equipe de totalização, que no dia da eleição é aberto ao MP, OAB, PF e partidos políticos. Cartões de memória são entregues vazios pelo fabricante aos TREs, que carregam as informações por um aplicativo do TSE protegido por senha e conectado apenas a uma rede interna.
Circula nas redes sociais uma mensagem que menciona a existência de uma sala escura no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aponta essa sala como equivalente à sala-cofre do TSE e alega que esse ambiente possibilita fraude nas eleições. Além disso, aponta a existência de malware em cartões flash que alteram o resultado das urnas. É #FAKE.
O TSE esclarece que ao contrário do exposto na mensagem falsa não há uma 'sala escura' no TSE e, sim, duas salas-cofre instaladas nas dependências da secretaria de tecnologia da informação (STI) do TSE: uma hospeda o datacenter do TSE e, a outra, a autoridade certificadora das urnas e o código fonte dos sistemas das eleições (após ser lacrado). Ambos os espaços são monitorados 24 horas por dia, sete dias da semana, por pelo menos três pessoas. Sala-cofre onde fica localizado o computador da totalização é diferente do espaço da equipe de totalização. (Veja abaixo)
O TSE diz que as salas-cofre são ambientes testados e certificados, que protegem o data center contra fogo, calor, umidade, gases corrosivos, fumaça, água, roubo, arrombamento, acesso indevido, sabotagem, impacto, pó, explosão, magnetismo e armas de fogo.
Sala-cofre não é um produto especialmente desenvolvido para a guarda dos sistemas de votação. É um produto de mercado, e de acordo com o TSE outras instituições em Brasília possuem um espaço similar: Serpro, Correios, Senado Federal (Prodasen), Polícia Federal e Procuradoria-Geral da República.
O acesso às salas do TSE, controlado por biometria, é restrito a poucos servidores públicos da Justiça Eleitoral. "Para se ter uma ideia do nível de segurança, para abrir as salas, é necessária a leitura das digitais de mais de um servidor ao mesmo tempo, além de crachá específico. Tanto para entrar quando para sair da sala é necessário que cada porta do nível anterior seja fechada", diz o TSE.
Além dos sistemas de votação eletrônico, os dados de todos os eleitores brasileiros (cadastro eleitoral), inclusive os referentes à biometria (identificação por meio das digitais), a rede da Justiça Eleitoral e os servidores por meio dos quais se rodam os programas também estão totalmente seguros em sala-cofre da STI.
Os servidores que possuem acesso a esses ambientes não possuem credenciais para consultar o conteúdo das informações, ou seja, não há possibilidade de interferência nos resultados da eleição ou manipulação dos dados.
Sala da equipe de totalização é aberta ao MP, OAB e PF
O texto falso diz ainda que os técnicos do TSE que se abrigam na sala escura (sala cofre) e sugere que nesse lugar pode haver fraude interna nos votos.
O TSE esclarece que sala-cofre onde fica localizado o computador da totalização é diferente do espaço da equipe de totalização.
A sala da equipe de totalização é reservada especificamente para a observação da totalização e divulgação dos votos das eleições. No local, ficam técnicos da Justiça Eleitoral para dar suporte aos Tribunais Regionais Eleitorais (TREs) e acompanhar esse processo.
No dia da eleição, o espaço é aberto para representantes das entidades fiscalizadoras, como o Ministério Público (MP), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Polícia Federal e partidos políticos.
Embora essas instituições acompanhem o processo, não há a possibilidade de interferência no resultado da eleição ou de manipulação de dados que possam comprometer o resultado final do pleito, uma vez que o resultado de cada seção eleitoral é divulgado assim que a eleição termina, com a emissão dos Boletins de Urna (BU). Nas Eleições 2022, esses comprovantes serão divulgados em tempo real, ao longo do processo de totalização.
Cartões flash não têm malware
Outra mentira que faz parte do texto falso diz que "um cartão flash, que carrega as máquinas com algum malware pode fazer um estrago desgraçado na eleição, elegendo quem eles quiserem que seja eleito".
O TSE esclarece que não é verdade que as informações inseridas nas urnas eletrônicas antes do início da votação podem ser alteradas por hackers. Os cartões de memória são entregues vazios pelo fabricante aos TREs, que carregam as informações por um aplicativo do TSE protegido por senha e conectado apenas a uma rede interna.
Segundo o TSE, a urna eletrônica trabalha com dois tipos de mídia: uma em formato de cartão de memória (flash card), e outra em formato exclusivo da Justiça Eleitoral, conhecida como memória de resultado, uma espécie de pen drive.
A primeira etapa de preparação de urnas principais, de justificativa e de contingência se completa após a instalação de sistema operacional, programas, bibliotecas e dados eleitorais. A segunda e última etapa é concluída com a realização de vários testes para comprovar o correto funcionamento da urna.
Os cartões de memória de carga, conhecidos como flash de carga, são usados na primeira parte da preparação da urna para a eleição. Na última parte, a urna usa conjuntamente os cartões de memória de votação e as memórias de resultado.
Ainda que o computador usado pelo órgão possa ter acesso à internet, essa conexão não é empregada para transmitir dados para os flash cards, o que é feito por rede interna. Dessa forma, tentativas de inserir softwares adulterados por meio de conexão externa seriam frustradas, já que a urna confere assinaturas digitais e só funciona com os programas certificados pelo TSE.
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