O governo da Rússia acusou neste sábado (26) o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, de rejeitar a negociação para um cessar-fogo dos combates e disse que, por isso, retomou os ataques ao país vizinho. Ao jornal britânico The Guardian, o chefe de gabinete de Zelensky, Mikhail Podolyak, negou que o ucraniano tenha se recusado a debater. "Ontem [25], à luz das negociações pendentes com a liderança ucraniana, o presidente da Rússia ordenou a suspensão do avanço do principal grupo de soldados russos na Ucrânia. Mas, como o lado ucraniano se recusou a negociar, a operação militar russa foi retomada hoje, conforme o plano inicial", disse Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin.
Podolyak rejeitou a versão de Peskov, dizendo que a Rússia estabeleceu condições "inaceitáveis" e que as conversas nem sequer começaram. "A Ucrânia, é claro, não se recusou a negociar", declarou o ucraniano ao The Guardian. "Negociações que, aliás, ainda não aconteceram. A Ucrânia e o presidente Zelensky são categoricamente contrários a quaisquer condições inaceitáveis ou ultimatos feitos pelo lado russo."
"Não baixaremos as armas"
Mais cedo, Volodymyr Zelensky descartou a possibilidade de rendição aos ataques da Rússia. A declaração, publicada em vídeo nas redes sociais, acontece um dia depois de um porta-voz do presidente anunciar que a Ucrânia havia aceitado negociar um cessar-fogo. "Estou aqui. Não baixaremos as armas. Vamos defender nosso país, porque nossa arma é a verdade, e nossa verdade é que esta é nossa terra, nosso país, são nossas crianças. E vamos defender tudo isso. É isso. Era o que eu queria dizer a vocês. Glória à Ucrânia", disse o presidente, segundo tradução para o inglês feita pela CNN.
Depois, em pronunciamento à imprensa, o ucraniano afirmou que as forças de segurança do país ainda controlam a capital Kiev e que estão resistindo às ofensivas russas "com sucesso". "Nossos militares, nossa guarda nacional, nossa polícia nacional, nossas defesas, nosso serviço especial, cidadãos da Ucrânia: por favor, continuem. Nós venceremos", declarou Zelensky. "Kiev e áreas-chave [ao redor da capital] estão sob o controle de nosso exército.".
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