Pesquisas no decorrer da campanha já apontavam que vitória não seria tão tranquila quanto em 2017. País que o centrista agora governa é diferente de quando venceu pela primeira vez, cinco anos atrás.
Foi encerrada às 20h local (às 15h no horário de Brasília) deste domingo (24) a votação do segundo turno da eleição presidencial da França, com a expectativa de reeleição do atual mandatário, Emmanuel Macron (República em Marcha), frente à candidata de extrema-direita, Marine Le Pen (Reagrupação Nacional).
Segundo projeções divulgadas pelo Instituto Ipsos logo após o fechamento das urnas, Macron conseguiu 58,2% dos votos e Le Pen, com 41,8%. Os números se baseiam nos resultados das seções eleitorais que encerram a votação às 19h. Outras, no entanto, foram até às 20h.
Apesar de o resultado oficial ainda não ter sido divulgado, a expectativa de reeleição de Macron levou Le Pen a falar em derrota durante um discurso a apoiadores depois do encerramento da votação.
Nas redes sociais, o clima é de comemoração entre os apoiadores de Macron e de felicitações de outros líderes mundiais. O primeiro-ministro da Bélgica, Alexandre de Croo, escreveu em seu perfil no Twitter que “os franceses fizeram uma forte escolha. Optaram pelas certezas e pelos valores do Iluminismo. Felicito calorosamente Emmanuel Macron pela sua reeleição e confirmo a nossa necessidade de uma Europa forte e unida. Nós estaremos lá”.
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Jean-Luc Mélenchon, que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, afirmou que a derrota de Le Pen é uma notícia “muito boa” para a unidade do “nosso povo”.
"O terceiro turno das eleições começa hoje à noite", disse o líder do La France Insoumise, em referência à construção de uma maioria de esquerda para fazer frente, agora, ao governo de Macron.
Emmanuel Macron e Marine Le Pen chegaram à segunda fase do pleito com 27,85% e 23,15%, respectivamente.
As últimas pesquisas do Instituto Francês de Opinião Pública (Ifop), divulgadas antes da eleição, apontavam para uma vitória com 2% de vantagem, a despeito da maior votação que o partido de Le Pen obteve em sua história depois de sua primeira vez no segundo turno.
Na última quinta-feira (21), segundo pesquisa do Instituto Ipsos, Macron apareceu com 15 pontos percentuais à frente de Marine Le Pen, com 57,5% e 42,5%, respectivamente, com uma margem de erro de 3% para mais ou para menos.
Comemoração internacional
A vitória de Macron deve ser comemorada por mais líderes ao redor do mundo, que saíram em defesa do presidente e contra o avanço da extrema-direita, principalmente na Europa. Também na quinta-feira (21), os primeiros-ministros de Portugal e Espanha e o chanceler federal da Alemanha pediram aos eleitores que rechaçassem Le Pen nas urnas.
"O segundo turno das eleições presidenciais francesas não pode ser 'business as usual' para nós. A escolha que o povo francês enfrenta é crucial - para a França e para cada um de nós na Europa. É a escolha entre um candidato democrático, que acredita que a força da França cresce numa União Europeia poderosa e autônoma, e uma candidata de extrema direita, que se coloca abertamente do lado daqueles que atacam a nossa liberdade e a nossa democracia - valores baseados nas ideias francesas do Iluminismo", defenderam António Costa, Pedro Sanchez e Olaf Scholz num artigo conjunto publicado nos jornais Público (Portugal), El País (Espanha) e Le Monde (França).
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi recebido por Macron em novembro do ano passado com honras de chefe de Estado, também seguiu a linha de apoio a Macron na quinta-feira, em uma série de publicações em seu perfil no Twitter.
"O futuro da democracia está em jogo na Europa e no mundo. Neste momento decisivo, confiamos que defensores da liberdade, da igualdade e dos direitos humanos para todos se unam em torno do candidato que melhor encarna os valores democráticos e humanistas: Emmanuel Macron", escreveu Lula.
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