Com o aumento, a Selic atinge o patamar mais alto em quatro anos. Ideia do Copom é ajudar a frear a inflação
O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu nesta quarta-feira (27/10) aumentar a Selic (a taxa básica de juros da economia) em 1,5 ponto percentual, elevando o índice dos atuais 6,25% para 7,75% ao ano.
A medida busca controlar a inflação, que já chegou, no acumulado dos últimos 12 meses, a 10,25%, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro.
Com o aumento, os juros atingem seu patamar mais alto em quatro anos – em outubro de 2017, antes de cair para 7,5%, estava em 8,25% ao ano.
Nos dois encontros anteriores do Copom, em agosto e setembro, a elevação da Selic foi de um ponto percentual. Para este mês, havia uma tendência de que o BC mantivesse esse ritmo, mas o cenário mudou após o ministro Paulo Guedes (Economia) admitir uma “licença” para furar o teto de gastos a fim de custear o Auxílio Brasil (novo Bolsa Família) e após a aceleração do IPCA.
Analistas indicaram, entretanto, que seria possível fazer o programa sem estourar o limite das despesas, utilizando, por exemplo, recursos destinados às emendas parlamentares. A proposta, entretanto, foi refutada pelo governo.
As notícias sobre o teto de gastos aumentaram a incerteza fiscal no país, o que pressionou os juros deste mês. “Sem uma âncora fiscal crível, a tarefa do Banco Central de manter a inflação na meta se torna mais difícil”, avaliou o economista-chefe do Itaú, Mario Mesquita.
Para o fim de 2021, a expectativa dos especialistas passou de 8,25% para 8,75% ao ano e, para o fechamento de 2022, a expectativa para a taxa Selic saltou de 8,75% para 9,5% ao ano.
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