Em março do ano passado, o agora presidente criticou a política de preços da empresa e disse que o compromisso do PT seria alterá-la
Em março do ano passado, antes mesmo da campanha eleitoral, o agora presidente Lula foi o protagonista das inserções do PT nas propagandas partidárias destinadas à sigla.
Em um dos spots, Lula foi taxativo e criticou a então política de preços da Petrobras. Eis o que ele falou na época:
“Alguém em sua casa ganha em dólar? Seu salário sobe quando o dólar sobe? Então por que a Petrobras está reajustando o preço do combustível em dólar? O Brasil é autossuficiente em petróleo e os nossos custos são em real. Nos governos do PT a gasolina, o gás e o diesel era em real. Lutar para abrasileirar o preço dos combustíveis é um compromisso do PT”.
Pois bem, pouco mais de um ano se passou, Lula elegeu-se presidente; o ex-senador Jean Paul Prates (PT-RN) – que apresentou uma proposta para mudar a política de preços da companhia – passou a comandar a Petrobras e o resultado está aí, a olho nu: a empresa anunciou hoje o fim da política de paridade de preços do petróleo com o dólar e o mercado internacional.
Para surpresa de zero pessoas, Prates negou qualquer tipo de intervenção do governo federal: “Não há intervenção, absolutamente nenhuma”. É óbvio que não há interferência (há ironia nesta frase).
O fato é que a Petrobras deu uma bela forcinha para Lula cumprir um de seus compromissos com o seu eleitorado. Em um passado não muito distante, é importante lembrar, a empresa também foi utilizada para que o governo tivesse um maior controle de uma base parlamentar e foi alvo de uma série de interferências políticas. O resultado, obviamente, todos nós sabemos. E não foi bom.
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